Bom dia, pessoal! Hoje vamos
falar de um tema de extrema relevância para a segurança das nossas crianças: a
violência sexual contra crianças e adolescentes. O próximo dia 18 de Maio é
dedicado ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra
Crianças e Adolescentes. Esta data foi instituída pela Lei Federal 9.970/00 com
base no “Crime Araceli”, que aconteceu no dia 18 de maio de 1973 na cidade de
Vitória – ES. Na época, Araceli, uma criança com então oito anos de idade foi
raptada, violentada e morta por jovens de classe média da cidade que,
infelizmente, jamais receberam qualquer punição por esse crime bárbaro.
O tema da campanha este ano é “Faça
Bonito” – Proteja nossas crianças e adolescentes e tem como símbolo uma flor
amarela, evocando a inocência e delicadeza de uma criança. O Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
apoia todo o ano a Campanha Nacional.
Você Sabia?
Que a violência sexual contra
crianças e adolescentes ocorre principalmente dentro de casa? Dados da Abrapia –
Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência
– revelam que em 88% dos casos de abuso infantil, o agressor faz parte do
círculo de convivência da criança, podendo ser tios, avós, pais e até mesmo
amigos íntimos da família.
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Fonte: Google imagens. |
O lado mais assustador desse dado
é de que o abuso ocorre em segredo e, acuados com ameaças, os pequenos, por
serem mais ingênuos, são os que mais sofrem com estes abusos. Somente de 10% a
20% dos casos de abusos praticados contra crianças e adolescentes são denunciados.
Isto porque algumas pessoas não querem se envolver com o caso, por temerem não
serem acreditadas, por ameaças do abusador o ou porque a maneira como age o
abusador não levanta suspeitas.
Outros dados levantados pela
Abrapia revelam que em média quatro em cada dez crianças vítimas de violência sexual
foram abusadas pelo pai e que aproximadamente 63% das vítimas de abuso são
meninas. Verificou-se também que a maioria dos casos de abuso ocorrem tanto em meninos
e meninas com menos de dez anos de idade.
Quais os tipos de violência sexual
pelas crianças e adolescentes?
Podem ocorrer de duas formas:
Abuso Sexual ou Exploração Sexual. Na forma de abuso, temos o ato praticado por
alguma pessoa íntima da criança ou adolescente e o ato se dá por toques leves,
carícias, palavras obscenas, manipulação da genitália, exposição indevida da
criança ou adolescente até chegar nos atos de sexuais de fato (tanto oral, anal
ou genital).
Na forma de exploração sexual há
uma utilização da criança ou do adolescente
de forma sexual com fins comerciais e lucrativos. A criança é “vendida”
por um aliciador(a) a um cliente que paga para abusar sexualmente dela.
Produção pornográfica (fotos, vídeos, etc) da criança também configuram-se como
violência sexual na forma de exploração sexual. Importante salientar que jamais
diz-se que a criança ou adolescente foi prostituído, uma vez que ela é vítima
de um sistema que o explora comercialmente.
A violência sexual pode vir
acompanhada ou não de violência física. Emprega-se o termo “violência sexual”
porque a criança ou o adolescente ainda não possuem a maturidade
bio-psico-sexual necessária para construir este tipo de atividade sexual além
do fato de que essa experiência gera traumas psicológicos.
Como saber se a criança ou
adolescente está passando por algum tipo de violência sexual?
Segundo a
Childhood Brasil existem algumas maneiras de identificar
possíveis sinais de violência sexual sofrida por crianças ou adolescentes que
podem ser observados, tais como:
Mudança de Comportamento
O primeiro sinal é uma possível
mudança no padrão de comportamento da criança, como alterações de humor entre
retraimento e extroversão, agressividade repentina, vergonha excessiva, medo ou
pânico. Essa alteração costuma ocorrer de maneira imediata e inesperada. Em
algumas situações a mudança de comportamento é em relação a uma pessoa ou a uma
atividade em específico.
Proximidades excessivas
A violência costuma ser praticada
por pessoas da família ou próximas da família na maioria dos casos. O abusador
muitas vezes manipula emocionalmente a criança, que não percebe estar sendo
vítima e, com isso, costuma ganhar a confiança fazendo com que ela se cale.
Comportamentos infantis repentinos
É importante observar as características de relacionamento social da
criança. Se o jovem voltar a ter comportamentos infantis, os quais já abandonou
anteriormente, é um indicativo de que algo esteja errado. A criança e o
adolescente sempre avisam, mas na maioria das vezes não de forma verbal.
Silêncio
Para manter a vítima em silêncio, o abusador costuma fazer ameaças de
violência física e mental, além de chantagens. É normal também que usem
presentes, dinheiro ou outro tipo de material para construir uma boa
relação com a vítima. É essencial explicar à criança que nenhum adulto ou
criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser
compartilhados com pessoas de confiança, como o pai e a mãe, por exemplo.
Mudanças de hábito súbitas
Uma criança vítima de violência, abuso ou exploração também apresenta
alterações de hábito repentinas. O sono, falta de concentração, aparência
descuidada, entre outros, são indicativos de que algo está errado.
Comportamentos sexuais
Crianças que apresentam um interesse por questões sexuais ou que façam
brincadeiras de cunho sexual e usam palavras ou desenhos que se referem às
partes íntimas podem estar indicando uma situação de abuso.
Traumatismos físicos
Os vestígios mais óbvios de violência sexual em menores de idade são
questões físicas como marcas de agressão, doenças sexualmente transmissíveis e
gravidez. Essas são as principais manifestações que podem ser usadas como
provas à Justiça.
Enfermidades psicossomáticas
Unidas aos traumatismos físicos, enfermidades psicossomáticas também podem
ser sinais de abuso. São problemas de saúde, sem aparente causa clínica, como
dor de cabeça, erupções na pele, vômitos e dificuldades digestivas, que na
realidade têm fundo psicológico e emocional.
Negligência
Muitas vezes, o abuso sexual vem acompanhado de outros tipos de maus
tratos que a vítima sofre em casa, como a negligência. Uma criança que passa
horas sem supervisão ou que não tem o apoio emocional da família estará em
situação de maior vulnerabilidade.
Frequência escolar
Observar queda injustificada na frequência escolar ou baixo rendimento
causado por dificuldade de concentração e aprendizagem. Outro ponto a estar
atento é a pouca participação em atividades escolares e a tendência de
isolamento social.
O que devemos fazer quando a
criança conta que foi abusada?
Segundo a cartilha “Violência
sexual contra crianças e adolescentes: não veja isso como brincadeira” da
Editora Amigos da Natureza, algumas medidas podem ser tomadas de imediato para
mitigar o sofrimento da criança ou adolescente, como:
Mantenha-se firme
Escute a criança ou o adolescente
com calma e ofereça a eles acolhida e amparo. Não julgue nem condene. Não culpe
ou discrimine a vítima, respeite-a. Conforte a criança. Explique que não foi
culpa dela – a culpa é do abusador e ele fez algo muito errado. Deixe a criança
saber que você sente pelo que aconteceu. Fale a ela que você vai fazer de tudo
para que isso não aconteça novamente.
Acredite na criança/adolescente
Assegure que você crê no que ela
está dizendo e que fica feliz por ela/ele ter lhe contado.
Restabeleça sensação de segurança
Faça o que for necessário para
proteger a criança ou o adolescente de danos futuros.
Livre a criança/adolescente de sentimento de culpa
Afirme que ela/ele não é
responsável por aquilo que ocorreu e continue a lhes dizer isso sempre que
necessário
Busque ajuda
Encontre profissionais que possam
guiar você nos próximos passos em prol da segurança e do bem-estar da
criança/adolescente.
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Fonte: Google imagens. |
Estas foram somente algumas
orientações básicas para todos os pais e mães de crianças e adolescentes e que
têm o intuito de fornecer um norte dentro deste tema que é de suma importância
para a segurança de adolescentes e crianças de toda a nossa comunidade. Se você
se interessou e quer saber mais sobre o assunto, por favor, não deixe de acessar
os links fornecidos abaixo. Vamos todos zelar pelas nossas crianças e
adolescentes.
E lembre-se: A violência sexual
contra crianças e adolescentes é crime inafiançável. Denuncie!
Sites:
Fontes:
Violência sexual contra crianças
e adolescentes: não veja isso como brincadeira. Denuncie/Organização Amigos da
Nartureza. – Marechal Cândido Rondon: Amigos da Natureza, 2014, 16 p.
Leonardo Bergonci
T.A.E. Multimeios Didáticos